Francisco Augusto Pereira da Costa
Pereira da Costa foi historiador, folclorista e escritor. Filho
de Manuel Brandão Pereira Costa e Maria Augusta Pereira
Costa, nasceu no dia 16 de dezembro de 1851, na antiga rua Bela,
nº 10 (atualmente rua Uchôa Cintra, nº 40), bairro
de Santo Antônio.
Começou a trabalhar muito cedo. De família pobre,
mal terminou o curso primário no Colégio Nossa Senhora
do Bom Conselho e aos 16 anos começou a trabalhar como
funcionário de uma livraria na rua Imperatriz, onde tomou
gosto pelos livros. Objeto que nunca mais abandonou.
Em 1871 Aos 20 anos, trabalhou como amanuense na repartição
de Obras Públicas, depois na Conservação
dos Portos, na Secretaria do Governo, Iniciou-se no jornalismo
aos 21 anos colaborando com o jornal Diário de Pernambuco,
do Recife, em 1872.
Em 1880 foi encarregado pelo Presidente da Província de
coligir documentos para figurar na Exposição de
História do Brasil, a realizar-se no Rio de Janeiro (dezembro,
1881); em 1886 apresentou relatório sobre a situação
dos livros e documentos existentes nos mosteiros e conventos de
Olinda e do Recife; em 1884 transferiu-se, por curto período,
para a Província do Piauí onde passou a exercer
as funções de Secretário Geral, atendendo
convite do Governador F. Theodorico de Castro e Silva; integrou
o Conselho Municipal do Recife, no período de 1884 a 1891.
Foi também professor de colégios tradicionais, entre
eles o Ginásio Pernambucano e o Liceu de Artes e Ofícios.
Ingressou na Faculdade de Direito do Recife, onde se tornou bacharel
em Ciências Jurídicas e Sociais em 20 de maio de
1891. Em 15 de dezembro de 1900, Pereira Costa ingressa na política
sendo eleito pela primeira vez deputado estadual do 2º distrito,
cargo que ocupou por oito legislaturas, vindo a falecer ainda
no cargo em 21 de novembro de 1923.
Membro do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico
Pernambucano, recebeu o título de Sócio Benemérito.
Segundo ele, o Instituto Arqueológico foi a sua escola,
a sua tenda de trabalho onde encontrou grandes mestres.
Participou da fundação da Academia Pernambucana
de Letras e atuou como membro em várias instituições
brasileiras, como os Institutos Histórico e Geográfico
de Alagoas, Ceará, Paraíba, Bahia e São Paulo.
Pereira da Costa é autor de obras indispensáveis
para o conhecimento da história e da cultura pernambucana.
O folclore, o vocabulário, os heróis - tudo o que
diz respeito ao estado foi pesquisado pelo autor. Como escritor,
publicou 192 trabalhos, entre livros, periódicos e artigos.
Os “Anais Pernambucanos”, sua obra principal, foi
publicada em 1951 e conta com cerca de cinco mil páginas
que narram a história pernambucana de 1493 a 1850. Outras
obras também tiveram grande destaque, como Folk-Lore Pernambucano,
editado em 1974, e Vocábulos Pernambucanos, de 1976. "Enciclopédia
Brasileira" (1889); "Dicionário Biográfico
de Pernambucanos Célebres"
Há diversas definições sobre Pereira da Costa,
entretanto, a mais brilhante veio do punho do poeta João
Cabral de Melo Neto, em seu poema A Pereira da Costa. "Quando
no barco a linha da água era baixa, quase naufrágio,
ele foi quem mais ajudou o Pernambuco necessário, porque
com sua aplicação, não de artista, mas de
operário, foi reunindo tudo, salvando tanto o perdido quanto
o achado. Sem o sotaque de escritor, nem o demônio do missionário,
só quis de pernambucania, ser simples professor primário".
Deixando inéditos os Anais Pernambucanos e também o Vocabulário
pernambucano, Pereira da Costa escreveu e publicou: